terça-feira, 24 de maio de 2011

Terapia Comunitária


O que é a Terapia Comunitária?
 A Terapia Comunitária (TC) é um procedimento terapêutico, em grupo, com a finalidade de promover a saúde e a atenção primária em saúde mental.
Funciona como fomentadora de cidadania, de redes sociais solidárias e de identidade cultural das comunidades carentes.
Por ser um trabalho em grupo atinge um grande número de pessoas, abrangendo diversos contextos familiares, institucionais e sociais.
A terapia Comunitária constitui:
Espaço proporcionado para a fala e expressão do sofrimento e das situações de crise
Oportunidade de união das famílias e do grupo social, facilitando a construção da rede de solidariedade entre as pessoas
Instrumento importante para o resgate cultural e da auto-estima das populações menos favorecidas, nas mais variadas comunidades
Exercício de inclusão e de valorização das diferenças e dos referenciais positivos de cada indíviduo.
  Para que?
Desenvolver atividades de prevenção e inserção social de pessoas que vivem em situação de crise e sofrimento psíquico.
Promover a integração de pessoas, a construção de dignidade e da cidadania, contribuindo para a redução dos vários tipos de exclusão
Promover encontros interpessoais e inter-comunitários, valorizando a história individual e a identidade cultural, a fim de restaurar a auto-estima e a autoconfiança.
Para quem?
A Terapia Comunitária destina-se às pessoas sofridas: problemas familiares, psicoemocionais, psicossomáticos, hipertensão, diabetes, gestação, dependência química, HIV positivo. Evolve adulto, idoso, criança e adolescente.
 Por quê?
 A TC vem maximizar e universalizar instrumentos para a prevenção de problemas cada vez mais presentes em nossa sociedade, tais como:
  • Doenças psíquicas
  • Sumarizações
  • Violência doméstica e urbana
  • Situações de crise intra-familiar
  • Crise intra-comunitária
  • Abandono social



Histórico
A metodologia da Terapia Comunitária foi criada e sistematizada pelo psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto, em 1987, na favela de Pirambu, Fortaleza - CE.
A TC surgiu nessa favela em resposta a duas necessidades:
  • Atender milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos;
  • Adequar as propostas acadêmicas de promoção de saúde às carências reais apresentadas por aquela comunidade.
Desde o início, o professor Adalberto Barreto percebeu que não poderia trabalhar na favela do mesmo modo como trabalhava no hospital ou no consultório, prescrevendo remédios e abordando as pessoas individualmente.
Entendeu que a lógica de consultas médicas não responderia às necessidades daquelas pessoas. A maioria era imigrante que deixava sua comunidade de origem e se agregava desordenadamente nas periferias das grandes cidades, em condições de miséria e sem apoio do Estado.
Dr. Barreto concluiu que a prioridade para aquele grupo era a criação de uma rede social de solidariedade.
Segundo Luiz Duarte, "a enfermidade está intimamente relacionada com a cultura". Não se pode esperar que a causa, o tratamento e até mesmo a doença sejam formatados igualmente para os diferentes contextos socioculturais.
Despertando o Potencial Humano
A Terapia Comunitária está embasada na constatação de que as pessoas carentes, vivendo os problmeas mais variados, demonstram riqueza nas possibilidades de soluções.
Os profissionais de saúde, educação, áreas sociais e agentes comunitários devem ser um instrumento canalizador das soluções emergentes da própria comunidade. Promover os vínculos sociais, as redes de solidariedade e melhorar a auto-estima.

Pilares da Terapia Comunitária
A TC está fundamentada teoricamente sobre cinco pilares:
1.      Pensamento Sistêmico; (não nega a racionalidade científica, mas acredita que ela não oferece parâmetros suficientes para o desenvolvimento humano, e por isso deve ser desenvolvida conjuntamente com a subjetividade das artes e das diversas tradições
2.      Teoria da Comunicação; (estudos acadêmicos que pesquisam efeitos, origens e funcionamento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos.
3.      Antropologia Cultural; (Tem por objetivo o estudo do homem e das sociedades humanas na sua vertente cultural.
4.      Resiliência; (significa a habilidade de persistir nos momentos difíceis mantendo a esperança e a saúde mental.)
5.      Pedagogia Paulo Freire; (defende o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático.
Esses referenciais teóricos estão imbricados numa inter-relação consistente e indissociável para a compreensão da metodologia da TC.
  
Conclusão: 
TERAPIA COMUNITÁRIA
(Re) unir pessoas. Trocar experiências. Participar de vivências. Expandir conhecimentos e pontos de vista sobre emoções que todos nós sentimos, através de ações de inclusão social e diversidade cultural. Esses são alguns dos objetivos da Terapia Comunitária realizada pelo Instituto SER.
A Terapia Comunitária é caracterizada por um espaço de convivência social. Representa uma oportunidade das pessoas buscarem – e encontrarem – uma rede social de apoio. Isto, independente de idade, classe social e nível de instrução.
Trata-se de encontrar um grupo social de acolhimento. As vivências terapêuticas são baseadas em partilhar emoções que fazem parte da vida de todo ser humano. Muitas vezes, uma pessoa pode apoiar outra por ter vivenciado e encontrado solução para os mesmos problemas e pode também ser ajudado simultaneamente, uma vez que o problema do outro pode ser semelhante ao seu.
O resultado terapêutico é atingido de forma individual, mesmo diante de histórias e narrativas compartilhadas, pois todo participante sente e percebe de acordo com suas vivências pessoais. A presença e participação do outro é importante e é o referencial de apoio e das diferenças culturais. A cada encontro, é possível também observar o resultado coletivo, através das construções e produções do grupo, durante o processo de terapia.

Os encontros acontecem uma vez por mês e não há necessidade de uma freqüência contínua no comparecimento.
Cada encontro, que dura em média uma hora e trinta minutos, cumpre o seguinte formato:
- Dinâmicas de aquecimento;
- Apresentação do tema ou problemas;
- Reflexões sobre o tema;
- Conclusões.

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